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A tanatologia como integrante de um sistema, até a singularidade incontestável

O estudo da tanatologia representa um assunto bastante especial e peculiar onde alguns não gostaria de fazer uma reflexão sobre esse entendimento, já que matematicamente sabemos que a nossa vida é um sistema limitado

Autor: Elenito Elias da Costa e Levy da CostaFonte: Do autor

"Ninguém MORRE de verdade (Lucy)", eis uma expressão que merece uma profunda reflexão dialética e filosófica, para melhor entendimento dos nossos leitores. "

INTRODUÇÃO

O estudo da tanatologia representa um assunto bastante especial e peculiar onde alguns não gostaria de fazer uma reflexão sobre esse entendimento, já que matematicamente sabemos que a nossa vida é um sistema limitado podendo ser, nascer, viver e morrer, sabemos da existência da morte, mas não buscamos maior reflexão sobre ela.

Observando o conflito entre os policiais que fizeram uma incursão no morro do Alemão, para reduzir a violência e insegurança promovida pelas facções ali embasada, gerando portanto, consequência devastadora, já que o resultado deixou um número de mortos significativo, e inesperado.

A reflexão sobre a morte, depende de cada um, quer seja para o agentes públicos, que seja para os integrantes das facções, no caso em referência, a sociedade fica atônita diante dessas incursões, entendemos cada caso, mas acreditamos que com uso da inteligência e da tecnologia, poderiam dar uma resposta mais eficaz.

Esse fato nos faz refletir sobre a MORTE, de todos que ali perderam suas vidas, inclusive a dor dos familiares, onde buscamos sua identificação diante dos fatos e acontecimentos que nos afetam.

A MORTE DIANTE DA CIÊNCIA

Elaboramos uma pesquisa sobre o tema, e encontramos diversos viés, que acreditamos merecem nossa atenção, diante dos que merecem um estudo mais profundo.

Parte 1: As Raízes Biológicas e Psicológicas do Medo

O medo da morte não é uma falha de carácter ou uma fraqueza filosófica; é um imperativo biológico profundamente inscrito em nosso sistema nervoso. Eis as causas primárias:

1. O Imperativo da Homeostase e Sobrevivência:

Base Biológica: Todos os organismos vivos são programados pela evolução para manter a homeostase (equilíbrio interno) e evitar a entropia (desordem e decadência). O nosso cérebro, particularmente o tronco cerebral e o sistema límbico (a "cérebro réptil" e "cérebro emocional"), opera com um comando primordial: FUGIR DA DOR E BUSCAR SOBREVIVÊNCIA.

Mecanismo: A morte é a antítese absoluta da homeostase. É a cessação final de todos os processos biológicos. Portanto, o medo da morte é uma extensão hiper-consciente do nosso instinto de evitar a dor, a doença e o perigo. É o sistema de alarme mais fundamental, projetado para nos manter vivos e reproduzir nossos genes.

2. O Viés de Negatividade e o Sistema de Alerta:

Base Psicológica: O cérebro humano possui um viés de negatividade – damos mais peso a experiências negativas ou ameaçadoras do que a positivas. Isto foi crucial para a sobrevivência: nossos ancestrais que subestimavam uma ameaça (um predador) tinham menor probabilidade de passar seus genes adiante do que aqueles que superestimavam.

Mecanismo: A morte é a ameaça definitiva. O cérebro, portanto, trata a ideia da morte com a máxima prioridade de alerta, gerando ansiedade e medo como um subproduto deste sistema de detecção de ameaças.

3. A Consciência e a Capacidade de Projeção Temporal:

Base Neurocognitiva: O córtex pré-frontal, a região mais desenvolvida nos humanos, confere-nos capacidades únicas: autoconsciência e projeção temporal (a capacidade de simular mentalmente o passado e o futuro).

Mecanismo: Um animal sem essa capacidade vive no presente. Um humano, não. Nós podemos projetar-nos mentalmente no futuro e simular a nossa própria inexistência. Esta é uma ironia trágica da nossa evolução cognitiva: a mesma ferramenta que nos permite planear, construir e sonhar é a que nos força a contemplar a nossa aniquilação. O medo é a resposta emocional a esta simulação mental da cessação do eu.

4. O Medo do Desconhecido e da Perda de Controle:

Base Psicológica/Cognitiva: O cérebro humano é uma máquina de reconhecer padrões e prever resultados. Isto dá-nos uma ilusão de controle, crucial para navegar um mundo complexo.

Mecanismo: A morte é o desconhecido absoluto. Nenhum modelo mental, nenhum dado empírico e nenhuma experiência anterior podem ser aplicados. É a única certeza sobre a qual não temos qualquer informação. Esta violação total da nossa necessidade de previsibilidade e controle gera uma ansiedade profunda e existencial.

Parte 2: O que a Morte Realmente Representa (Uma Análise Racional)

Do ponto de vista estritamente científico e lógico, a morte pode ser descrita em duas camadas: a biológica e a cognitiva.

A. A Morte como um Evento Biológico:

Definição: A morte é a cessação irreversível de todas as funções biológicas que sustentam um organismo vivo.

Processo: Não é um momento, mas um processo. As células começam a morrer por falta de oxigénio e nutrientes. A atividade elétrica no cérebro cessa, incluindo no córtex (que gera a consciência) e no tronco cerebral (que controla funções vitais como a respiração).

Representação: A morte biológica representa o fim do indivíduo como um sistema termodinâmico aberto e auto organizado. O corpo, então, segue a segunda lei da termodinâmica de forma desimpedida, decompondo-se e os seus constituintes sendo reciclados no ecossistema. É o fim da luta contra a entropia.

B. A Morte como um Evento Cognitivo e Pessoal:

Esta é a parte mais crucial e, racionalmente, a mais desassociadora.

A Cessação da Consciência: A consciência, a mente, o "eu" – tudo o que você é, experiência – é um processo gerado pelo cérebro. É um fenómeno emergente de biliões de neurónios a comunicarem-se através de sinapses e neurotransmissores.

A Experiência da Morte: Lógica e cientificamente, não se experimenta a morte. A experiência requer um sujeito, um cérebro em funcionamento. Quando o cérebro cessa, o sujeito deixa de existir. Portanto, não há "nada" a ser experienciado, porque não há um "você" para experienciar esse "nada".

A Analogia Lógica:

A morte não é como estar preso na escuridão para sempre. Isso ainda seria uma experiência.

A morte é como o que você experienciou antes de nascer. Você não sentiu falta de existir, não sentiu tédio ou medo durante os biliões de anos antes do seu nascimento. A morte é o regresso a esse mesmo estado de não-existência.

Síntese Lógica: O Paradoxo Central do Medo

Aqui reside o cerne da questão, um paradoxo que a lógica revela:

Temos um medo visceral, profundo e biologicamente fundamentado de um evento que, no momento em que ocorre, deixará de ter um sujeito para o sentir.

O medo é um estado mental que existe antes da morte. É uma experiência dos vivos. No preciso instante em que a morte acontece, o medo – e todo o resto – cessa de existir. O sofrimento está no antecipar, não no evento em si.

Conclusão: O que o Medo Realmente É

1.Para o Corpo: O medo da morte é um sinal de que os seus sistemas de sobrevivência estão a funcionar perfeitamente. É um subproduto de um mecanismo evolutivo bem-sucedido.

2.Para a Mente: O medo da morte é o conflito entre a autoconsciência (que nos diz "eu existo") e a projeção temporal (que nos diz um dia não existirei). É o trauma de um sistema cognitivo que se tornou avançado o suficiente para prever a sua própria destruição.

3.Racionalmente: A morte, em si, não é um mal para o indivíduo que morre, pois não há mais um indivíduo para quem o "mal" possa existir. O "mal" ou "dano" é sentido apenas no estado anterior – a vida – na forma de medo, perda de oportunidades ou sofrimento físico no processo de morrer.

Portanto, temer a morte é completamente natural e esperado. É a nossa biologia a funcionar. No entanto, uma compreensão racional do fenómeno pode ajudar a colocar esse medo em contexto: é um fantasma projetado por um cérebro magnífico, mas finito, que luta para conciliar a sua própria existência temporária com a percepção do seu fim inevitável. O desafio não é eliminar este medo (o que seria biologicamente impossível), mas sim reconhecê-lo como parte da condição humana e, apesar dele, encontrar significado e propósito no tempo finito que temos.

UM POUCO DA INTERRETAÇÃO DOS FILOSÓFOS

Em consonância ao tema do referido artigo, declinamos em nossa pesquisa, para identificar os filósofos que possibilitaram o entendimento desse fenômeno existencial e plausível.

Vejamos como eles trataram em seus escritos, para que possamos entende-los em sua consciência.

1. Arthur Schopenhauer (1788-1860): A Morte como Libertação e a Vontade Cega

Schopenhauer é o ponto de partida crucial, influenciando diretamente Nietzsche e Freud.

· A Vontade Cega: Para ele, a essência do mundo é uma "Vontade" (ou "Vontade de Viver") cega, irracional e incessante. Nossos corpos e desejos são a manifestação dessa Vontade.

· A Vida é Sofrimento: Como a Vontade é insaciável, a vida é essencialmente sofrimento, um balanço constante entre a dor da carência e o tédio da satisfação.

· O Papel da Morte: A morte não é o mal absoluto, mas sim o término de uma doença chamada vida.

o O Paradoxo: Tememos a morte porque somos a Vontade de Viver. No entanto, racionalmente, a morte deveria ser desejada, pois é o fim do sofrimento.

o A Morte é a Verdadeira Filosofia: Schopenhauer via a morte não como aniquilação total, mas como a libertação do indivíduo da tirania da Vontade. O "eu" individual, que é uma ilusão (um produto da Vontade), deixa de existir, mas o substrato metafísico (a Vontade) permanece. A negação da Vontade, através da ascese ou da contemplação artística, é uma "morte em vida" – um antegozo da paz da não-existência.

Resumo Schopenhauriano: A morte é a solução para o problema da vida. Temê-la é um erro lógico, mas uma inevitabilidade biológica.

2. Friedrich Nietzsche (1844-1900): A Morte como Afirmação da Vida

Nietzsche pegou as premissas de Schopenhauer e as inverteu. Se para Schopenhauer a morte liberta da vida, para Nietzsche a morte deve ser a consequência de uma vida plenamente vivida.

· Crítica ao Niilismo e ao Além: Nietzsche atacou ferozmente as religiões (especialmente o Cristianismo) por desvalorizar esta vida em favor de um "além" imaginário. Isso era, para ele, um sintoma de niilismo – a negação do valor da vida. A "morte de Deus" é a morte dessa muleta metafísica.

· A Morte no Momento Certo: A morte não deve ser temida, mas também não deve ser desejada como fuga (como em Schopenhauer). Ela deve ser escolhida no momento certo.

o "Morte Livre": Em Assim Falou Zaratustra, ele prega a "morte livre": morrer quando a vida atingiu o seu auge, quando já não há mais para crescer, para que a própria morte se torne um ato de afirmação. Morrer "a tempo" para não se tornar um velho amargo e ressentido que nega a vida.

o Amor Fati (Amor ao Destino): A morte é parte do destino. O homem superior aceita e ama tudo o que a vida traz, incluindo o seu fim, dizendo "Assim eu quis!" a tudo o que aconteceu.

Resumo Nietzscheano: A morte não é uma solução, mas um teste. Você a enfrenta com medo (negação da vida) ou com aceitação triunfante (afirmação da vida)?

3. Fiódor Dostoiévski (1821-1881): A Morte como Mistério e Agonia Existencial

Dostoiévski não era um filósofo sistemático, mas um explorador literário das profundezas da psique humana. Sua visão é visceral, não teórica.

· O Horror da Inevitabilidade: Seus personagens vivem aterrorizados com a morte não como conceito, mas como realidade concreta e iminente (ex: o príncipe Myshkin descrevendo a execução de um condenado). O horror está na certeza absoluta e no tempo que se esvai.

· A Morte e a Fé: A luta entre a fé e a dúvida é central. Em Os Irmãos Karamázov, Ivan questiona como pode haver um Deus benevolente em um mundo com tanto sofrimento, especialmente de crianças inocentes. A morte do injusto é o maior argumento contra a existência de um Deus justo.

· A Morte e o Sentido: Para personagens como Kirillov (em Os Demônios), a morte é o último ato de liberdade absoluta. Se Deus não existe, então o homem é totalmente livre, e o suicídio torna-se o gesto supremo de vontade própria, a única maneira de provar que não se teme nem mesmo a morte.

Resumo Dostoiévskiano: A morte é uma agonia metafísica. Ela expõe as contradições da fé, o absurdo da existência e o desespero humano diante do desconhecido.

4. Sigmund Freud (1856-1939): Os Instintos em Conflito

Freud aborda a morte através da lente da psicanálise, como uma força psíquica fundamental.

· A Repressão do Medo: Em "Reflexões para os Tempos de Guerra e Morte", Freud argumenta que, na sociedade moderna, reprimimos a ideia da morte. Nossos ancestrais a integravam na vida, mas nós a empurramos para o inconsciente, tornando o medo mais perturbador quando surge.

· Os Dois Instintos Primordiais: Em "Além do Princípio do Prazer", Freud introduz sua teoria dualista dos instintos:

1. Eros (Instinto de Vida): Inclui a sexualidade, mas também a autopreservação, a fome e a busca pela unidade. É a força que nos constrói e nos mantém vivos.

2. Thanatos (Instinto de Morte): É um impulso inato de regressar a um estado inorgânico, de quietude anterior ao nascimento. É uma força destrutiva e autodestrutiva que opera em silêncio, muitas vezes voltada para fora na forma de agressão.

· O Conflito: A vida é, portanto, uma batalha constante entre Eros e Thanatos. Nossa relação com a morte é ambivalente: conscientemente a tememos (Eros), mas inconscientemente somos atraídos por ela (Thanatos).

Resumo Freudiano: O medo da morte é reprimido, mas nosso psiquismo abriga uma pulsão de morte que nos atrai silenciosamente para a aniquilação.

5. Nicolau Maquiavel (1469-1527): A Morte como Fator Político

Maquiavel, um pensador político renascentista, tem uma visão completamente secular e utilitária da morte.

· A Morte do Príncipe: Em "O Príncipe", a morte é um risco profissional a ser gerenciado. O governante deve temer a morte nas mãos de conspiradores ou de uma população revoltada. Sua principal preocupação é evitar esse destino através da astúcia, da força e da manutenção do poder.

· A Morte como Ferramenta: Para Maquiavel, a morte é uma ferramenta política. Um príncipe deve estar disposto a causar a morte (de forma rápida e decisiva) para estabilizar seu governo e evitar ameaças futuras. A morte de inimigos é um cálculo, não uma questão moral.

· A Morte e a Glória: A única forma de "vencer" a morte, na visão maquiavélica, é através da glória e da memória. Um príncipe sábio e bem-sucedido será lembrado pela história, e assim seu nome e sua obra sobreviverão à sua morte física.

Resumo Maquiavélico: A morte é um evento mundano. Evite a sua própria morte, use a morte dos outros a seu favor e garanta sua imortalidade através da fama e do legado político.

Síntese Comparativa Final

Pensador

Foco Principal

O que a Morte Representa

Schopenhauer

Metafísico

Libertação do sofrimento da Vontade de Viver.

Nietzsche

Ético-Existencial

Teste final para uma vida afirmada; deve ser "livre" e a tempo.

Dostoiévski

Psicológico-Existencial

Agonia e Mistério que desafia a fé e expõe o absurdo.

Freud

Psicológico

Conflito entre o instinto de vida (Eros) e o instinto de morte (Thanatos).

Maquiavel

Político

Risco a ser gerido e ferramenta para consolidar o poder e a glória.

Em conjunto, esses pensadores mostram que a morte é muito mais do que um evento biológico. É um espelho: o que pensamos sobre ela revela o que valorizamos na vida – seja a paz, o poder, a fé, a autenticidade ou o prazer.

CONCLUSÃO

A elaboração do presente insight, nos possibilita entender a MORTE, sob alguns aspectos, onde o conflito bélico, ou similar, tal como aconteceu na invasão dos agentes públicos junto as facções no morro do Alemão, visando atender ao anseio social daquela localidade, possibilitando reduzir a violência e a insegurança daquela comunidade.

Entender a sua consequência em pleno ano que antecede as eleições, e em seguida interpretar a negativa do Governo Federal, em pleno momento eleitoreiro, já que a busca do confronto pode gerar controvérsia, e gerar deságio que podem influenciar a popularidade dos governos envolvidos.

A busca do uso da inteligência, hoje, totalmente difundida, com os recurso da tecnologia, e daqueles que trabalham com esses recursos e suas consequências, acreditamos que devem ser avaliados em toda a sua essência.

Observamos ainda o contingente de agentes públicos envolvidos, face a operação, com um elevado número de mortes e feridos, quaisquer que sejam suas razões, precisam ser analisadas em toda sua essência.

Não questionamos suas razões, pois entendemos perfeitamente o grau de violência e insegurança existente naquela comunidade, mas acreditamos que no mundo atual, há recursos que poderiam reduzir o RISCO de um elevado número de mortes.

O referido estudo possibilita entender sob aspectos diferenciados a existência da MORTE, já que muitos não gostam desse fato, facilmente compreendido, diante da VIDA que SOBREVIVEMOS.

Pedimos desculpas aqueles que não compactuam com esses escritos, pois respeitamos à todos, onde acreditamos que certas ações precisam de um PDCA com análise SWOT, que possa nos quantificar os fatores positivos e negativos, e principalmente o RISCO dessas ações para aqueles que não estão envolvidos em ilícitos.