Praça Olavo Bilac, 28 - Sala 1107, Centro - Rio de Janeiro/RJ
  • (21) 2004-2204
  • (21) 2004-2205
  • (21) 3174-6962

Mais do que prestação de serviços...

Uma parceria!

Perguntei ao ChatGPT se minha profissão está ameaçada pela inteligência artificial

A resposta: talvez sim, talvez não. Mas os riscos apresentados pela Inteligência Artificial vão além

Autor: Izabela Rücker CuriFonte: A Autora

Você, advogado, certamente já se fez a pergunta: com o avanço da inteligência artificial, a advocacia está ameaçada?

Fui questionar o ChatGPT, o robô da moda. Segundos depois, veio a resposta:

“A Inteligência Artificial (IA) já está mudando a forma como os advogados trabalham, mas ainda não é provável que a IA substitua completamente o trabalho dos advogados. A IA pode ser usada para automatizar tarefas rotineiras, como revisar documentos e contratos, pesquisar jurisprudências e analisar dados. Isso pode liberar tempo para que os advogados se concentrem em tarefas mais complexas, como argumentar casos em tribunal, negociar acordos e aconselhar seus clientes.

No entanto, a IA não pode substituir completamente a experiência e o julgamento humano dos advogados. A IA ainda não é capaz de interpretar a complexidade do contexto humano e social envolvido em muitos casos jurídicos. A tomada de decisões em questões jurídicas requer habilidades interpessoais, criatividade e experiência que não podem ser substituídas pela IA.”

Tranquilizador? Vejamos.

Para o ChatGPT, muitos ofícios podem estar vivendo seus últimos dias e se encaminhando para os livros de história. Perguntei à máquina quais as profissões mais ameaçadas pela inteligência artificial. Veio a lista:

“Atendimento ao cliente: com chatbots e assistentes virtuais se tornando cada vez mais sofisticados, muitas tarefas de atendimento ao cliente podem ser automatizadas.

Operadores de caixa: sistemas de autoatendimento em lojas e supermercados podem tornar os operadores de caixa menos necessários.

Contadores e auditores: a contabilidade e a auditoria são tarefas que envolvem muitas tarefas repetitivas e rotineiras, que podem ser automatizadas com a IA.

Motoristas de caminhão e entrega: os veículos autônomos estão se tornando cada vez mais comuns, o que pode tornar a condução de caminhões e veículos de entrega uma tarefa obsoleta.

Advogados: a IA pode ajudar na pesquisa e análise de casos jurídicos, o que pode tornar alguns aspectos da profissão jurídica menos necessários.”

Não muito tranquilizador, certo?

Vamos com calma. Robôs de conversação podem ser impressionantes, mas estão cheios de erros, falhas, imprecisões, como admitem as próprias empresas proprietárias. Recentemente, uma dessas maravilhas da tecnologia “mentiu” em um teste na web e, toda hora, são registradas respostas incorretas e afirmações condenáveis do ponto de vista moral e ético.

Há muitos perigos nesse novo mundo. O historiador Yuval Harari, em artigo no The New York Times, publicado no Brasil pelo Estadão, alertou para o risco de a IA gerar e manipular linguagem, apoderando-se da “chave-mestra” da civilização. Há questões de privacidade, segurança e propriedade intelectual e, mais do que isso, o risco do desemprego e do aumento da desigualdade.

Ou seja, a tecnologia pode encantar e assustar ao mesmo tempo. Pode deslumbrar os arautos de um novo mundo, mas se apresenta incompleta, imperfeita, defeituosa. Pode ser, sim, ferramenta, de nossa evolução. Para o aprimoramento de todas as profissões, dos advogados, inclusive. Pode ser princípio, mas nunca extinção.

*Izabela Rücker Curi é sócia fundadora do Rücker Curi Advocacia e Consultoria Jurídica e da Smart Law, startup focada em soluções jurídicas personalizadas para o cliente corporativo